Por que mais armas de fogo significa mais morte de mulheres?
Mulheres negras, solteiras, com idade entre 25 e 35 anos, esse é o perfil das vítimas atendidas pela Central de Atendimento à Mulher (180). As violências mais recorrentes são a doméstica, dentre elas o feminicídio, e a tentativa de homicídio.
Em 2018 mais de 4 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a uma taxa de 4,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Dessas, 51,6% foram mortas por armas de fogo, na maioria dos casos dentro de suas próprias casas.
Por que o aumento das armas de fogo afeta a vida das mulheres jovens?
Mais de 70% dos assassinatos no Brasil são cometidos por armas de fogo. Em 2018, segundo o Atlas da Violência, as mulheres jovens entre 15 e 29 anos foram 41,9% das mortes por homicídio.
O Rio de Janeiro teve um aumento de 4,2% nas taxas de homicídio e também lidera o ranking de número de registros de denúncias de violência contra a mulher. No estado, são 98,92 registros atendidos pela central para cada 100 mil habitantes.
Os dados mostram que em casa ou na rua, as armas de fogo são uma ameaça real a vida das mulheres jovens que enfrentam por um lado o perigo do feminicídio e por outro o homicídio na violência urbana.
Não podemos retroceder!
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu no último dia 12 trechos de quatro decretos editados pelo Governo Federal em fevereiro deste ano. Os decretos ampliavam o direito a posse de armas e munições.
Na decisão, a ministra alegou que os “os decretos parecem vulnerar princípios basilares da Constituição”, ao “sonegar proteção adequada e suficiente a direitos fundamentais nela assegurados”.
É urgente pensar políticas de enfrentamento ao machismo e misoginia que todos os dias aumentam as estatísticas de morte das mulheres neste país. Mulheres que morrem por serem quem são.
Para além da redução de armas e munição, é preciso sobretudo investir em uma educação não sexista, que defenda o direito a todas nós de existir!
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