“Fui massacrada (por ser mulher). Desde os primórdios da civilização a mulher luta pelo direito de falar, de pensar. Se o homem escreve, ele é sábio, experiente. Se a mulher escreve, é ninfomaníaca, tarada.” (Entrevista, revista TPM)
Codinome de Odete Rios. Escritora, nascida em São Paulo, pioneira na literatura homoerótica Lésbica, lançou seu primeiro livro, “Volúpia do Pecado” aos 16 anos, com dinheiro emprestado por sua mãe.
Escreveu mais de 40 livros, 36 censurados e 16 processos judiciais. Mesmo assim sua literatura marginal e popular, deu Visibilidade ao prazer e amor entre mulheres, ao transformismo e às contradições e discriminações vivenciadas pelas lésbicas na família e na sociedade. Por tudo isso o número de leitoras/es às escondidas foi crescente na década de 70, sendo a primeira no Brasil a vender 1 milhão de cópias. Sua obra também foi adaptada para o cinema.
Cassandra Rios chocava também por se vestir de forma masculina, inclusive em festas com autoridades políticas. Já na década de 80 se candidatou, mas não foi eleita. Passou a trabalhar como revisora de textos e lançar livros com pseudônimos masculinos. Continuou a escrever até o final de sua vida. Aos 70 anos, no Dia Internacional da Mulher faleceu de câncer, em São Paulo.
Atualmente sua literatura vem sendo resgatada através de artigos acadêmicos e alguns livros vendidos digitalmente, nos sebos também é possível encontrar alguns exemplares.
Ao longo desta sexta-feira, divulgaremos alguns trechos dos livros desta Cânone renegada e sedutora.