Carolina Maria de Jesus rompendo a invisibilidade, torna-se uma das primeiras escritoras negras no Brasil. Carolina vive!
Escritora, traduzida para mais de 14 idiomas com o livro Quarto de Despejo, em 1968, narrou, também em outras obras, a luta diária das mulheres negras, pobre, favelada, mãe solo e chefe de família ainda na década de 50, vendeu em uma semana 10.000 cópias, hoje marca mais de 1 milhão de cópias vendidas.
Nascida em 14 de março de 1914, em Minas Gerais, Carolina cursou apenas 2 anos de escola, pagos pela empregadora de sua mãe, o suficiente para se apaixonar pela leitura e iniciar-se na escrita a “Literatura Marginal”, dando voz àquelas que diante da discriminação da sociedade machista, racista e classista não poderiam escrever, já que Carolina era empregada doméstica e depois catadora de papel.
“porque eles pensam que quem escreve é só as pessoas bem vestidas. Na minha opinião, escreve quem quer”
Carolina foi destemida, residindo em Franca, São Paulo, tinha orgulho de sustentar a/os filha/os sozinha através de seu trabalho como catadora. Mesmo recebendo diversas propostas escolheu a escrita ao invés do casamento; tinha orgulho de sustentar a/os filha/os através de seu trabalho como catadora, no lixo encontrava os cadernos que escrevia.
“O Brasil precisa ser dirigido por alguma pessoa que já passou fome, a fome também é professora. Quem passa fome, aprende a pensar no proximo e nas crianças”
Morreu em 13 de fevereiro de de 1977, lutando ainda para publicar outras obras, com a graça, a garra e a sabedoria de quem vive todos os dias em busca da água e do pão, de ser dona de si e de sua escrita.
Através de Carolina, saudamos a todas negras escritoras, catadoras, domésticas, moradoras de favela e sonhadoras.
Fonte:
https://azmina.com.br/colunas/carolina-maria-de-jesus-muito-alem-do-quarto-de-despejo/ –