“Estude muito para que você não tenha que passar pelo que eu passei!”
Quantas de nós, mulheres, sobretudo mulheres negras, já ouviram essa frase de suas mães? Ser mulher trabalhadora doméstica não é vergonha ou desmerecimento para ninguém, mas, a precariedade das condições de trabalho e a exposição das trabalhadoras a situações de vulnerabilidade, nos trazem reflexões.
Na segunda matéria sobre o estudo realizado pela Gênero e Número, em parceria com o Instituto Ibirapitanga, onde foram relatados abusos e violações que as trabalhadoras domésticas sofreram, e continuam sofrendo na pandemia, vemos o reflexo dessa realidade.
De acordo com a pesquisa, entre 1995 e 2018, o número de mulheres idosas trabalhadoras domésticas aumentou consideravelmente. Enquanto isso, suas filhas, já formadas, frutos das políticas de cota nas universidades, seguem desempregadas.
Maioria das trabalhadoras domésticas desempregadas são negras
Em outro estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar de 2018, do IBGE, mostra que a maioria das mulheres trabalhadoras domésticas são negras. E, são essas trabalhadoras as mais afetadas pelo desemprego dentro da classe das trabalhadoras domésticas.
Em números percentuais, 33% de mulheres trabalhadoras domésticas desempregadas em 2020 eram negras. Número muito acima da média de desemprego no país no mesmo ano, 13,5%.
Faixa etária das trabalhadoras domésticas está cada vez mais alta
O número de mulheres com idade mais avançada que trabalham como doméstica aumentou drasticamente ao longo dos anos. Em 1995, mulheres adultas (30 – 59 anos) representavam 50,2% da classe, em 2018 elas passaram a representar 79,2%.
No entanto não foi a faixa etária que teve um maior aumento no trabalho doméstico. O número de mulheres idosas (60+) no setor mais que dobrou, passando de 2,9%, em 1995, para 7,4% em 2018.
A romantização de ocupações trabalhistas
A nossa Coordenadora Geral, Eleutéria Amora, e Suane Soares, Assessora Técnica de projetos da CAMTRA, participaram da matéria da Gênero e Número e falaram um pouco sobre como a ideia “empreendedora” do mercado pode embaçar a nossa visão sobre políticas de renda que garantam a dignidade e qualidade de vida das mulheres.
Para saber mais e ver a pesquisa completa clique aqui.
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