Pare e pense: quem são e como são mortas as vítimas de feminicídios?
Essas mulheres são negras (71%), com idades entre 21 e 40 anos, assassinadas em seu local de descanso, geralmente à noite ou de madrugada, por arma de fogo (39%), pelo namorado, companheiro ou marido (89,9%) que não aceitou o fim do relacionamento.
Essas mulheres eram mães e quase todas sofreram violência doméstica, mas, devido ao medo e à coerção, por parte de seus agressores, muitas não registraram, tornando-se um impeditivo para que as medidas protetivas pudessem ser tomadas.
Percebemos que este perfil não é diferente do que apresentamos, sobre as mulheres camelôs, está lembrada?
Sendo assim além das mulheres trabalhadoras ambulantes sofrerem com a ameaça das armas na rua, em seu trabalho devido agressão do Estado, também podem ser vítimas em casa, pelo marido, namorado ou ex-companheiro.
Estes dados demonstram que o feminicídio é, na maioria das vezes, um crime passional, e o assassino utiliza o que tem à frente para matar. Com mais armas à disposição dos homens, maior o risco de vida das mulheres.
Isso porque, a maior demanda por compra de armas de fogo é dos homens, e, na legislação atual, um cidadão comum pode ter até 6 armas!
Atualmente existem mais de 30 decretos presidenciais que flexibilizam o controle do uso de armas.
Ao mesmo tempo, vemos que com mais de 5 anos, a Lei do Feminicídio 13.104/15, ainda encontra barreiras no machismo estrutural para ser efetivada.
Com a pandemia e o distanciamento social a violência contra a mulher aumentou e as medidas e as estruturas para o cumprimento da lei Maria da Penha 11.340/06, nossas principais armas legais de defesa, ficaram ainda mais sucateadas.
Segurança Pública em Casa ou na Rua é Direito das Mulheres Trabalhadoras!
Por Mim, Por Nós e Por Todas! É Pela Vida das Mulheres Trabalhadoras!
Fontes:
https://defensoria.rj.def.br/noticia/detalhes/10008-Pesquisa-da-DPRJ-aponta-perfil-de-mulheres-vitimas-de-feminicidio
https://www.camara.leg.br/noticias/599507-para-especialistas-ampliacao-do-porte-de-armas-de-fogo-pode-aumentar-riscos-para-mulheres/