As mulheres representam o grupo mais vulnerável afetado pela covid-19. Foram as que mais perderam empregos, as que menos conseguiram uma recolocação no mercado de trabalho e as que mais dependeram do auxílio emergencial para si e para o sustento de suas famílias.
São 40 milhões de lares brasileiros chefiados por mulheres, a maioria deles por mulheres negras. Quase todas precisam conciliar a dupla jornada de trabalho enquanto lutam contra a desigualdade e a escassez de oportunidades. De todos os lares chefiados por mulheres negras, aproximadamente 63% estão abaixo da linha da pobreza e sobrevivem com cerca de 400 reais por mês. O auxílio possibilitou que muitas dessas mulheres pudessem ter o mínimo para sobrevivência, nesse momento em que todos os setores de trabalho foram afetados.
Os casos de covid-19 continuam crescendo e lotando os hospitais do país. O sistema de saúde, em diversas capitais, mostra sinais de colapso, pois muitos estão sem recursos e sem respiradores para atender os casos mais graves. A vacina já está sendo distribuída, porém, até agora, menos de 1% da população foi vacinada e, se continuarmos nesse ritmo, levará mais de 4 anos, até que todas as brasileiras e brasileiros sejam imunizadas, segundo as/os pesquisadoras(es) da USP.
Desde que foi implantado, o auxilio chegou a mais de 126 milhões de pessoas, o que representa 60% da população brasileira, segundo o Ministério da Cidadania. Foram aproximadamente 15 milhões de brasileiras e brasileiros que saíram da extrema pobreza (faixa que atinge milhões de famílias vivendo com menos de R$ 1,90 por dia), por causa do benefício.
A taxa de desemprego também bateu recorde, segundo o IBGE, chegou a 14,6% no ano passado, o que representa 14 milhões de brasileiras(os). Ainda segundo o instituto, a taxa de desemprego é de 17% para mulheres e de 16% para negras(os), que representam o maior índice de desempregadas(os) no país.
Tirar o auxílio dessas milhões de mulheres, mães e trabalhadoras é um ato desumano, pois representa tirar a principal ou única fonte de renda de muitas brasileiras, que estão enfrentando tantas dificuldades para sustentarem suas famílias. A pandemia ainda não acabou e o auxílio também não deve acabar!
As mulheres exigem auxílio emergencial até o fim da pandemia! É pela vida das mulheres e das crianças!
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