No dia 15 de julho, a Camtra realizou a primeira conversa virtual do “Encontro de Mulheres Lideranças do Acre e região e o Marco Regulatório para Organizações da Sociedade Civil-MROSC”. A atividade, que tem o apoio da União Européia no Brasil e das organizações: Cáritas Brasileiras, Elo Ligação e Organização, é parte das ações de regionalização/interiorização e divulgação da Plataforma MROSC no norte do Brasil, cujo objetivo é compartilhar conhecimentos e fortalecer as lideranças da região.
Participaram desta primeira formação, cerca de 40 lideranças mulheres cis e trans, indígenas, quilombolas, pretas, pardas, brancas; de todas as idades e orientações sexuais. Entre elas, representantes das OSCs Associação Mulheres Negras do Acre, IMA e MAMA AC, Rede de Formação para Mulheres Negras e Afroindígenas, Movimento de Mulheres do Campo e Cidade (MMCC-Pa), Mulheres de Atitude ACRE, Associação de Mulheres de Òbidos-Pará, Instituto de Mulheres da AM, Rede das Mulheres Negras/AC, Sociedade Paraense de DHs, entre outras.
A partir da dinâmica inicial de apresentação, as mulheres falaram um pouco sobre suas atuações políticas e o contexto atual/regional da onde vivem. Houve também uma breve apresentação realizada por Denise Verdade, Assessora de Programa da Cooperação da Delegação da União Europeia, sobre a UE e o acordo de cooperação entre UE e Brasil. E também da Coordenadora Geral da CAMTRA e Diretora executiva da ABONG, Eleutéria Amora, que iniciou sua fala contextualizando o abandono indígena diante da pandemia do covid-19 e saudando as mulheres presentes: ” Viva a resistência das mulheres indígenas e negras que resistem ao estupro, a todo tipo de violência porém seguem resistindo também nesse momento ” pontuou. Eleutéria também abordou sobre acesso à recursos, violência doméstica em tempo de pandemia, auxílio emergencial e o desemprego, e como tudo isso afeta diretamente a vida das mulheres.
Na retórica, as mulheres deram seus depoimentos e ressaltaram a importância da articulação feminina em rede, frente aos temas discutidos. “Temos enfrentado enormes desafios – a violência na pandemia, a truculência machista, toda essa ideologia do governo. são etapas de violência contra nossa população étnico-racial” afirmou Valdirene, líder quilombola do Pará. “Nosso desafio, além do Fora Bolsonaro, é encarar a mídia, as mídias sociais. […]Precisamos nos capacitar nos novos instrumentos que atendem esse novo formato de militância dentro das nossas OSCs, movimentos sociais.” pontuou Concita Maia, das organizações IMA e MAMA AC. Também foram discutidas questões como transfobia, violência contra as mulheres, sustentabilidade das OSCs, e segurança digital na rede.
Os próximas reuniões/formações do “Encontro de Mulheres Lideranças do Acre e região e o MROSC” serão nos dias 22 e 29 de julho. Muita obrigada a todas que se inscreveram e que estão participando com a gente.
Juntas somos mais fortes!