Os resultados das eleições presidenciais no último domingo, (28/10), angustia e preocupa a todas as mulheres, coordenação e colaboradoras da Camtra, que lutam pela construção de uma sociedade justa, igualitária e pela defesa e garantia dos direitos das mulheres e direitos humanos.
Neste momento, gostaríamos de dizer a cada companheira que conta e acredita em nosso trabalho, que vocês não estão sós! Continuaremos empregando nossos maiores esforços na luta e organização cotidiana das mulheres. Contem conosco, pois nós contamos com vocês!
Diante da eleição de um presidente que durante toda a sua vida pública reafirmou reiteradamente o desprezo às mulheres, à população negra, à população LGBT e nordestina desse país; e realizou ameaças à garantia dos direitos humanos, à liberdade de imprensa e à organização da sociedade civil. Reafirmamos neste momento nosso compromisso na luta pelos direitos das mulheres, de negras/os, LGBTs e da população pobre; na defesa dos direitos constitucionais de livre associação (art. 5, XVIII, CRFB/88), pela igualdade entre homens e mulheres (art. 5, I, CRFB/88) e a vedação às discriminações e preconceitos de raça, cor, sexo, entre outros (art. 3, IV, CRFB/88). Nenhum passo atrás será dado em nossa organização e defesa aos direitos humanos assumidos nacional e internacionalmente pelo Brasil.
Estaremos atentas a quaisquer ameaças e retrocessos nos direitos das mulheres, em todas as esferas de suas vidas, trabalhistas e previdenciários, direitos sexuais e direitos reprodutivos, na educação não sexista e não discriminatória, no enfrentamento às discriminações e violências de gênero, de orientação e identidade sexual, entre outras. Atentas igualmente à potencialização da violência racial que acomete mulheres negras e indígenas, bem como a ameaça ao direito à terra das mulheres camponesas e quilombolas.
Mais do que nunca é hora de nos organizarmos para barrarmos retrocessos e disputar na sociedade um projeto que não seja do ódio e da violência. É preciso lembrar que democracia se faz com participação social e respeito às diferenças.
É preciso estarmos atentas/os e fortes. É preciso reforçarmos nossas formas de organização e solidariedade. No coletivo nos reagrupamos, construimos redes e fortalecemos afetos. É hora de lembrar que sem feminismo não há democracia!